“A música dá alma ao universo, asas à mente, voo à imaginação e vida a tudo”
Platão
A música é uma forma de expressão e comunicação; como qualquer outro estímulo sensorial, produz em nós uma série de alterações físicas e emocionais, tendo um efeito profundo na mente humana. Ela pode nos “transportar” para diversos momentos ou lugares (na imaginação, na lembrança).
Em diversos estudos e pesquisas da Neurociência observaram como todo nosso cérebro é ativado quando escutamos música, são estimuladas as partes do cérebro relacionadas com emoções, criatividade e funções motoras; assim, podendo alterar nossa respiração, temperatura, batimentos cardíacos, pressão arterial e até o diâmetro das pupilas (sistema nervoso autônomo). Também, ao ser considerada um evento emocionalmente significativo, produz estas variações psicofisiológicas (alterações fisiológicas são os marcadores de uma resposta emocional), já que motivação e prazer se derivam da escuta musical. O chamado sistema de recompensa (sistema límbico e o núcleo accumbens) seria o principal responsável pela sensação de prazer ou bem-estar que traz a música. Também foi comprovado que a música promove neuroplasticidade - característica organizacional fundamental do SN, que permite que ele se modifique em resposta a mudanças na estimulação no ambiente.
“Músicos profissionais representam um modelo ideal para investigar neuro plasticidades”
(Münte, Alter6uller&J6ancke, 2002)
Os principais sistemas envolvidos na escuta ou execução musical são o córtex occipital (córtex visual) e o lobo temporal (centros auditivo e linguístico). Porém, temos fatores moduladores da percepção musical (como nosso cérebro responde à música), são eles:
treinamento musical e sua duração
preferências individuais
familiaridade
envolvimento emocional
contexto cultural
repertório biológico individual
O treinamento musical associado a mudanças permanentes enquanto a escuta musical se associa a mudanças de curto prazo (efeitos transitórios). A escuta musical implica atenção, processamento semântico, funções motoras, emoção e memória.
Estudos indicam que nosso gosto musical está diretamente relacionado a traços de personalidade. A música pode nos trazer tanto emoções positivas quanto negativas, depende de nós ter a consciência do que estamos escutando e como isto pode estar afetando nosso humor e bem-estar.
A partir de todo o que foi exposto podemos entender como surge a Musicoterapia , como instrumento de prevenção e cura para certas disfunções neuropsicomotoras. Ela será a ferramenta perfeita para criar ou recriar estímulos cerebrais que sejam a ponte de conexões sonoras entre esse mundo interno e externo do indivíduo.